Shhhiuuu, que os bolos estão a dormir

Num fim de semana com sotaque carregado, entre pingas grossas da chuva e alguns raios de sol, Frida, que é gulosa, acabou a tarde sentada numa esplanada na Praça do Giraldo, em Évora.
Aproveitou uma aberta de céu gelado já depois do almoço digerido e, como não tinha comido sobremesa, resolveu deliciar-se com um típico docinho regional.
Eis que se deparou com um problema maior que a sua monocelha: o paradoxo da escolha! Primeiro namorou a montra da rua. Passou a porta giratória e resolveu fazer olhinhos às vitrines interiores. Era difícil escolher: pastéis disto e daquilo, pão de rala, sericaia, doces cujos nomes já nem sabe...

Enfim! Não só o paradoxo da escolha como a verdadeira tortura das papilas gustativas.
De repente apercebeu-se que a doçaria interior estaria adormecida. Se assim é, respeitemos o seu descanso e deixemos o despertar para um outro guloso menos conscencioso das necessidades de sono alheias. Pode ser que um dia destes regresse e todas aquelas iguarias estejam acordadas.
Ficou com três hipóteses entre os dentes: pastéis de nata - que tinham um aspecto diferente e intrigante; pastéis de toucinho - toucinho do céu, seria? ; e queijadas de Évora - uma queijada com uma cor e uma casquinha bem apetecíveis.
Continuou na dúvida! Não quis trair nenhum dos três. Pediu uma água e um café e ficou à desfrutar do final do dia. 

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