Gungunhana foi ao Porto (Qualquer semelhança com “Anita foi à praia” é pura coincidência).



E, uma vez lá chegado, falou com um dos seus amigos da Invicta o qual tomou conta das operações (gastronómicas, entenda-se) impondo um fascismo alimentar. Vamos-lhe chamar o Nazi das Francesinhas para facilitar as coisas (qualquer semelhança com o Nazi da Sopas do Seinfeld é pura coincidência). Ou seja, na sua cidade apenas ele mandaria e mais ninguém.

A escolha foi a famigerada francesinha, referindo que o “São Tiago” seria o local mais apropriado para a provar. Uma vez lá chegados fomos confrontados com uma fila respeitável a qual não combinava bem com a chuva miudinha e que insistia em cair. Entrámos e optámos pela esplanada pois a chuva tornava esta pouco atraente, apesar das sombrinhas e dos aquecedores tornarem o ambiente mais adequado.

Pedimos duas (com ovo), devidamente acompanhadas de batatas fritas e cerveja pois, não consegui (nem consigo) encontrar nada melhor para as empurrar. Cada vez que dava uma dentada numa garfada pensava que o meu colesterol deveria estar a adorar tudo isto mas, sinceramente, também pensei “que se dane” (ainda pensei em escrever “que se lixe” mas achei que ficava mal). Confesso que entre diversas preocupações que me afligem, o colesterol derivado de uma francesinha degustada no Porto é aquela que menos me aborrece pois, felizmente, existem outras prioridades.

Sei que a francesinha é uma variante portuguesa do “croque-monsieur” mas, francamente, e uma vez que já tive a oportunidade de provar um destes em Paris, estou certo que a diferença que separa um “croque-monsieur” de uma francesinha é a mesma que separa o primeiro homem de Cro-Magnon do Leonardo da Vinci. Ou, colocando as coisas de uma outra forma, sou a crer que qualquer um de nós preferiria sentar-se à mesa com Leonardo da Vinci ao invés de com um homem de Cro-Magnon. Com as francesinhas seria igual, por isso, abençoada influência mas, ficamos por aqui. Ninguém quer reminiscências cavernícolas na sua vida social e, muito menos reminiscências da sanduiche francesa numa boa mesa de um restaurante algures no Porto.

Quando terminámos as mesmas o destino (pelo menos eu gosto de acreditar que foi o destino e não o nosso apetite voraz) levou-nos, de seguida, à “Casa Guedes”, nos Poveiros, onde pedimos duas sandes de pernil (uma delas com queijo da serra) sobre as quais devotámos a nossa atenção em jeito de sobremesa. Digamos que foi uma experiência simpática na qual apenas lamentei o facto de a personagem “Conan – O Bárbaro” não existir pois, se o mesmo andasse por cá, teria todo o gosto em convidá-lo para comer uma sandes de pernil na “Casa Guedes”. Estou certo que iria gostar.

No mais, em pós confinamento, o Porto está de volta e recomenda-se.

E sim, era capaz de viver aqui.



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