Cabeças de pato


Eu sei que já escrevi sobre tascas … mas sei lá … acho que é um tema inevitável na minha vida … Freud explica, certamente.

Nesta perspectiva descobri, graças a um amigo meu (o qual vou manter anónimo uma vez que não quero que o mesmo seja assediado por uma multidão de mulheres, na rua, apenas porque conhece Gungunhana…), um restaurante familiar de seu nome “Galeria dos Petiscos” onde tive oportunidade de provar caracoletas guisadas, salada de polvo, moelas estufadas e por fim, tordos. Para além do mais, sei que no dito restaurante servem cabeças de pato mas, quanto a estas, ainda estou a preparar-me, psicologicamente, para a experiência a qual terei o cuidado de relatar, se possível, em breve.

Eu sei que tudo isto colide seriamente com a sensibilidade de Lucrécia, non quite Bórgia assim como de Frida , as das flores sem Khalo, mas enfim, peço apenas a estas que me perdoem porque a tasca exerce em mim uma força gravitacional irresistível. Tipo, luas de Saturno versão gastronómica.

O restaurante é pequeno, mas acolhedor, sendo o serviço assegurado por um dos elementos da família que nos trata sempre com uma gentileza invulgar e onde tudo poderia funcionar da mesma forma que poderia funcionar na nossa casa, em família. Ou seja, a refeição demora o tempo que uma família demora a confecionar a mesma, assim como o serviço demora o tempo que uma família demorar a servi-la.

Se não gostamos, paciência. Ninguém ralha com a família, sobretudo pelo tempo que a refeição demora a ser confecionada.

Por outro lado, certo é que nunca fui adepto de caracoletas porém, assumindo a regra que o que nos faz gostar das coisas são as circunstâncias que nos rodeiam (regra esta que se aplica a tudo, desde as companhias, amizades, músicas, locais, entre outras) fui forçado a assumir que as circunstâncias me forçaram a gostar de caracoletas guisadas assim como de tordos, os quais provei pela primeira vez.

Quanto aos tordos, compreendi que a ideia era relativamente simples ou seja, tal como o meu amigo disse (aquele amigo que eu prefiro manter no anonimato pois não quero que este seja assediado, por uma multidão de mulheres, na rua, apenas porque conhece Gungunhana), consistia em tratar os mesmos como se tratam os “jaquinzinhos”, ou seja, agarrar com as mãos e comer.

Ficamos com um restaurante fácil de alcançar, ou seja, basta sair pela A5 em direcção a Tires, continuar em direcção à Abóbada, e aí basta, a dado momento, virar à direita, seguir em frente, depois, após alguns metros, virar à esquerda numa curva complicada, após seguir em frente e depois virar à direita.

Lamento.

Sei que se seguirem as indicações supra, é mais provável que cheguem a Karachi ou a Reykjavik do que ao restaurante em questão porém, o mesmo é bom de mais para que eu partilhe a sua localização. Por isso, deixo apenas o nome e a localização aproximada.

O resto é com vocês.

Boa sorte com as cabeças de pato.

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