Gelados

 


Acabei de ler um artigo no Expresso. O mesmo fala de gelados.

Não sou propriamente um fã, mas seja como for, achei um desplante um jornal de referência como o Expresso atrever-se a opinar sobre os prazeres do palato sem primeiro falar com Gungunhana. Por isso, nada como escrever sobre o tema por modo a, tal como referia Paulo Futre noutro contexto, “abafar” o Expresso.

Não vou fazer referências a Marco Polo nem tão pouco aos imperadores romanos que alegadamente o inventaram, mas apenas a algumas percepções que tive, em tempos, sobre a matéria em questão.

A primeira de todas, naturalmente, cabe aos famosos gelados da Olá sobre os quais os meus pais tinham uma visão prudente e educativa, ou seja, assumiam que os miúdos não deveriam comer gelados e, quando o fizessem deveriam escrutinar a escolha do gelado com o mesmo rigor com que S. Pedro escrutina o acesso ao reino dos céus.

Na realidade, os meus progenitores funcionavam como uma espécie de “Gestapo” dos gelados.

Concretizando:

O “Épá” não era possível escolher pois tinha uma pastilha no fim do recipiente e os putos podiam engasgar-se naquilo (como se isso fosse possível…).

O “Corneto” também não, pois era caro e de acordo com os seus padrões, "era só o que faltava gastar dinheiro em cornetos com os putos" que, caso começassem a comer “cornetos” sempre que o quisessem perderiam, certamente, a noção do valor das coisas e seria o princípio do fim do mundo como o conhecemos.

Os gelados de gelo, tipo “Fizz”, também não, pois tinham corantes e isso não era saudável (não fosse o diabo tecê-las, e os putos transformarem-se em mutantes após comerem os ditos corantes).

O “Calipo” … bem … escuso de dizer qual a razão pela qual os meus pais não deixavam os seus miúdos comer “Calipos” …, acho que todos sabem mas enfim.

No final sobrava o “Super-maxi” pois seria o gelado da Olá, mais inofensivo de todos.

Gelados da Olá à parte, recordo-me de uma senhora em Ceuta, a qual conseguiu recomendar uma gelataria naquela cidade com tal mestria que parecia que estávamos a provar um gelado em Florença, cidade essa onde, cada um dos gelados parecia uma pintura renascentista.

Cidades à parte, recomendo as gelatarias no Funchal, Madeira, pois as suas montras são um caleidoscópio digno de provar.

Funchal à parte, recomendo a gelataria "Davvero", marina de Oeiras, Santos e Alfama. Perguntem pelo Daniel, italiano fixe, mergulhador e super viajado. Só para lhe dar um abraço já vale a pena ir até lá a que acresce os gelados, que são tão bons que tenho medo de os recomendar pois, se pudesse, guardava-os só para mim.

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