Saber A_mar

Páscoa que é Páscoa é passada no Algarve, mais que não seja para se dizer que se esteve lá e para trazer no corpo as primeiras marcas do sol. Frida não é excepção e juntou-se aos dois milhões - dizem - de portugueses que invadiram a região na semana passada e quase fizeram com que se afundasse no Atlântico. Não fosse a existência de um cordão de ilhas que separa o mar da terra e penso que seria esse mesmo o fim da região.

Porém, como é sabido, Frida foi a banhos mas não dispensou o maravilhoso folar que por lá há nesta época e aproveitou para, com alguns locais descobrir uma daquelas tascas de peixe grelhado onde só vai quem sabe - e quem é de fora não faz a mínima ideia.

De passagem por Faro, falaram-me num local de nome pomposo: Chalé das Canas! O nome prometia algo gourmet, servido em pratos e subpratos, com talheres e copos à escolha do freguês. Nada mais errado!!!! 

Do chalé, nem sombra. Já das canas...bem, havia por lá um pequeno canavial a separar o quintal, da linha de caminho de ferro, da Ria Formosa. Resumindo, aquilo devia ser a Tasca das Canas! E que tasca!!!

Logo à entrada, um grelhador gigante repleto de peixe de fazer crescer água na boca. 

Fiquei. Estava cheio, o que era sinal de que valeria a pena a minha incursão por aquele lugar.

"Mista de peixe? - perguntaram-me logo que me sentei.

"Sim, por favor!" - o que quer que fosse, devia ser bom.

Em cima da mesa apareceu uma taça de batatinhas cozidas, outra com umas papas amarelas - que fiquei depois a saber que era xarém (algo típico por lá, feito à base de farinha grossa de milho, azeite, alho e coentros) - uma salada e o tempero para o peixe. Também não faltou o pão, as azeitonas e a cenoura à algarvia.

Fiquei, realmente, impressionada. Nem mais me lembrei dos talheres diversos, dos pratos e subpratos ou dos copos que puseram a mesa da minha imaginação. Para quê? Só aquilo já me enchia o olho e, com certeza ía aconchegar o estômago, que devido à hora já estava colado às costas.

Aproximou-se uma menina que me perguntou: "Carapau?". Que venha o carapau, que era grande, gordo e tinha um ar fresquíssimo. Depois do carapau seguiu-se um desfile de peixes diferentes, acabados de grelhar: trombeiro, "mecharro" (???), sarrajão, cavala e bica. Foi peixe até dizer baste. Que maravilha!!!

Sem dúvida que os locais sabem bem onde ir, e bastou seguir o rebanho. Nunca, de outra forma, daria com este lugar.

Por fim, a sobremesa. É que Frida é gulosa! Entre tortas e pudins, houve uma que gritou o meu nome: torta de batata doce com recheio de ovos moles. Era tudo o que precisava para terminar esta refeição em beleza.

Que maravilha! 

Quando são as próximas férias? Julho? Agosto? Por aí... Talvez seja melhor reservar mesa desde já.

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